Ainda sob os efeitos das medidas de isolamento social para conter o avanço do novo coronavírus, o setor de serviços no país registrou em maio queda de 0,9% em relação a abril, mês que houve recuo de 11,9%, o pior resultado desde janeiro de 2012, quando o IBGE começou a série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços.
De acordo com os dados da pesquisa divulgados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE, o resultado de maio foi o quarto negativo consecutivo do segmento, e acumula perda de 19,7% no período.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o setor de serviços recuou 19,5%. Foi a taxa negativa mais intensa desde 2012.
O gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, avalia que a taxa de maio mostra o aprofundamento de um cenário que já estava muito desfavorável para o setor de serviços.
Segundo ele, os setores ligados a alojamento, alimentação e transporte foram os que tiveram as perdas mais importantes no mês de abril e em maio, eles mostram uma certa recuperação, mas não o suficiente para levar o setor de serviços para o campo positivo.
O pesquisador ressalta que os efeitos da crise provocada pelo fechamento dos estabelecimentos considerados não essenciais foram sentidos de outra forma em maio. O principal destaque negativo do mês foi no grupo dos serviços de informação e comunicação, que tem um peso importante na pesquisa, mostrando os efeitos dessa crise na vida econômica.
Lobo explicou que esses segmentos que tiveram o pior desempenho em maio dependem de uma dinâmica econômica ativa. Antes, o impacto da crise foi sentido, principalmente, nos serviços prestados às famílias, e, agora os serviços prestados por empresas para outras empresas começam a sentir efeitos importantes.