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Economia

Emissão recorde de títulos em agosto aumenta Dívida Pública em 1,56%

Foram R$ 114,1 bilhões, maior volume para este mês na série histórica
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Victor Ribeiro
28/09/2020 - 21:41
Brasília

O governo emitiu, em agosto, R$ 114,1 bilhões em títulos públicos. É o maior volume para este mês em toda a série histórica. E percebeu que os investidores ainda estão muito desconfiados sobre os rumos da economia durante e após a pandemia do coronavírus.

Então, a estratégia é garantir que os cofres públicos tenham mais liquidez - dinheiro para pagar esses títulos quando eles vencerem. O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Luís Felipe Vital, justificou que o governo prevê gastar muitos recursos com o pagamento de títulos de janeiro a março do ano que vem.

No fim de agosto, a equipe econômica revisou o PAF, Plano Anual de Financiamento, que reflete a atuação do Tesouro Nacional nos últimos meses. E atualizou o planejamento a partir dessa estratégia de aumentar a capacidade de pagamento. Com isso, o Tesouro Nacional aumentou a oferta de títulos pré-fixados, aqueles que, quando o investidor compra, já sabe quanto vai render.

Luís Felipe Vital afirmou que o Tesouro ampliou a emissão de títulos de curtíssimo prazo, com vencimento para 6 ou 12 meses. Ou seja, títulos que o governo terá de pagar em abril e em outubro do ano que vem.

No cenário internacional, a expectativa com o avanço dos testes de vacina contra o coronavírus animou os investidores. Isso elevou o nível de confiança na economia em vários países. Mas no Brasil o mercado não se mostrou tão confiante.

De acordo com o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luís Felipe Vital, a desconfiança no país foi causada pelo aumento repentino na taxa de juros e sobre incertezas em relação às contas públicas.

A emissão recorde de títulos públicos em agosto aumentou a Dívida Pública Federal, que inclui o endividamento interno e externo do governo federal. Em valores nominais, a dívida subiu 1,56% em agosto na comparação com julho. Com isso, o estoque da dívida passou de R$ 4,344 trilhões para R$ 4,412 trilhões.

O novo Plano Anual de Financiamento prevê que, até o fim do ano, a dívida pública do Brasil fique entre R$ 4,6 trilhões e R$ 4,9 trilhões.

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