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Economia

Sistema financeiro contém impacto da pandemia mas lucro dos bancos cai

Segundo o BC, a pandemia provocou aumento do risco de liquidez
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Lucas Pordeus Leon
15/10/2020 - 15:47
Brasília

Sistema Financeiro amortece impacto da pandemia, mas lucro líquido dos bancos cai 31% no primeiro semestre e desconfiança do mercado financeiro cresce em relação a capacidade fiscal do governo.

O relatório do Banco Central sobre a Estabilidade do Mercado Financeiro nacional divulgado nesta quinta-feira (15), concluiu que o sistema conseguiu absorver o impacto provocado pela pandemia do novo coronavírus.

Segundo a instituição, em um primeiro momento, a pandemia provocou um aumento do risco de liquidez, tanto no curto, quanto no longo prazo. A chamada liquidez representa a disponibilidade imediata de recursos das instituições financeiras para manter compromissos assumidos com clientes e empresas. Porém, após medidas adotadas, houve, de acordo com o relatório, uma recuperação dos níveis de liquidez dos bancos para suportar os períodos de estresse.

No início da pandemia, o Banco Central disponibilizou mais de R$1,2 trilhão para garantir a liquidez dos bancos. Mesmo assim, a rentabilidade do setor financeiro nacional caiu 31% no primeiro semestre do ano se comparado com o mesmo período do ano passado. Ainda assim, os bancos tiveram um lucro líquido de mais de R$40 bilhões nos seis primeiros meses do ano.

Para o Banco Central, a renegociação de dívidas permitiu adiar o risco de inadimplência. O diretor de Fiscalização do Banco, Paulo Souza, avalia que o nível de inadimplência não deve ultrapassar o da crise de 2015 e 2016. 

Um quarto do estoque da dívida de pessoas físicas foram repactuadas, para amenizar o risco de inadimplência. O relatório do Banco Central ainda faz uma pesquisa com os executivos de 55 instituições financeiras, entre bancos públicos, privados nacionais ou estrangeiros.

A percepção do mercado financeiro sobre os riscos político-fiscais voltou a crescer. Segundo o documento, as instituições destacam o risco de agravamento da situação fiscal caso as despesas temporárias relacionadas à pandemia, como o auxílio emergencial, se tornem permanentes, ameaçando o teto de gastos e a dívida pública.

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