O preço de insumos agrícolas e o clima foram os principais fatores que geraram a alta nos custos da produção agropecuária, no Brasil, durante este ano de 2021 O levantamento faz parte do projeto Campo Futuro, da CNA, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, divulgado nesta quinta-feira.
O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi explica que a pesquisa, realizada com mais de mil produtores de todo o país, levantou os custos de produção, a partir de itens considerados variáveis, a exemplo de insumos (fertilizantes, sementes e defensivos agrícolas), operações mecânicas e comercialização agrícola.
Segundo a CNA, o fertilizante, utilizado para fortalecer as plantações e aumentar a produtividade, foi o item que mais pesou, em termos de preço, para a produção brasileira. O levantamento mostra que o preço desse insumo dobrou, entre janeiro e setembro deste ano, devido à alta procura, somada à baixa oferta mundial, além dos problemas logísticos. O que preocupa os produtores, é que esse cenário de alta nos preços dos fertilizantes deve continuar, no ano que vem, na avaliação da entidade.
Entre os agrotóxicos, chamados defensivos agrícolas, o tipo Glifosato teve a maior alta, de 126%. Isso devido à suspensão de atividades nas fábricas chinesas, além da escassez de matéria-prima. Os produtores chegaram a relatar, no estudo, a falta do produto em algumas regiões do país.
E o clima também não ajudou na produção: a falta de chuvas no segundo semestre do ano passado e começo de 2021 afetaram o desenvolvimento das plantações de café, colhidas este ano. Em alguns tipos do grão, houve queda na produção.
O estudo da CNA teve parceria com universidades brasileiras e acompanhou os preços de insumos em mais de 40 atividades agropecuárias, no país. Este ano, foram realizados painéis virtuais para levantar os custos para os produtores rurais de mais de 20 estados e mais de 100 cidades, com importante participação na produção agropecuária brasileira.