Ministério projeta superávit comercial de quase US$ 80 bi em 2022
O Brasil movimentou quase 500 bilhões de dólares no mercado internacional no ano passado, um recorde histórico. Esse foi o principal destaque do balanço econômico de 2021, divulgado nesta segunda-feira (3) pelo Ministério da Economia.
O relatório aponta que ao longo do último ano, o país gastou 219,4 bilhões de dólares em importações. Em paralelo, o Brasil exportou 280,4 bilhões de dólares em produtos para outros países. Com isso, a corrente de comércio brasileira — que é a soma dos valores de importação e de exportação — atingiu a cifra de 499,8 bilhões de dólares no ano passado — superando o recorde que havia sido alcançado em 2011.
Já o saldo comercial do Brasil, que é a diferença entre os valores de exportação e importação, atingiu 61 bilhões de dólares. Esse índice também superou o recorde histórico de 2017.
O crescimento da exportação brasileira em 2021 teve forte participação da venda de produtos da indústria extrativa — como minério de ferro e petróleo — e também de produtos agropecuários, especialmente a soja. Por outro lado, os produtos que tiveram mais demanda para importação foram: insumos agrícolas, eletroeletrônicos, combustíveis, medicamentos e vacinas.
Para 2022, o Brasil vai enfrentar um cenário de leve desaceleração: a economia mundial deve crescer 4,5%, segundo a OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Nesse contexto, o governo federal prevê um crescimento de 2,1% para a economia brasileira, uma vez que os preços das commodities exportadas pelo país devem entrar em acomodação.
No agronegócio, a pasta prevê safra recorde para este ano, que deve superar os 291 milhões de toneladas de grãos. O ministério também projeta uma recuperação do setor de serviços e do mercado de trabalho para 2022, mas não afasta a possibilidade de que uma nova onda de covid-19 atrapalhe essa recuperação.
Até o fim deste ano, o Ministério da Economia estima um aumento de 1,4% nas exportações e uma redução de 6,6% nas importações. Se essa projeção se confirmar, o Brasil deve encerrar o ano com um saldo comercial de quase US$ 80 bilhões — um aumento de 30% em relação a 2021.