Um dos itens que mais subiu de preço com a inflação, o café passou a fazer parte da rotina doméstica de mais brasileiros, durante a pandemia. A conclusão é da empresa de pesquisas de comportamento Kantar, que identificou um aumento de 20% no consumo de café, nos lares, em comparação com os costumes de antes do isolamento social. É o que conta a Gerente de Contas da empresa responsável pela pesquisa, Silvia Hees.
Segundo o levantamento, o pico de consumo de café torrado, durante a pandemia, chegou a 30 milhões de ocasiões. O que se manteve até o fim de 2021. No primeiro semestre deste ano, o preparo do café torrado ficou quase 60% mais caro do que o mesmo período do ano passado. Esse aumento foi o que provocou uma queda de 2% em unidades do produto, entre janeiro e junho deste ano.
O levantamento apontou que o quilo do café, este ano chegou a R$ 28, contra os R$ 16 registrados no ano passado. Por outro lado, o café solúvel sofreu aumento de R$ 2, de um ano para o outro, chegando a R$ 18 reais. Por essa razão, a compra do item cresceu em 30% em unidades, neste trimestre, comparando com 2021.
Segundo o Dieese, Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o preço do café em pó chegou a aumentar em 16 capitais, em fevereiro deste ano. Na cidade de São Paulo, foi registrada uma alta acumulada no preço do café em pó, superior a 70%, no acumulado em 12 meses.
Também na capital paulista, a ABIC, Associação Brasileira da Indústria do Café, registrou que, em abril deste ano, o preço do quilo do café torrado quase dobrou em relação ao mesmo mês do ano passado: passando de cerca de R$ 17, para mais de R$ 33.
Diversos estudos pelo mundo apontam que o hábito de tomar até cinco xícaras de café por dia pode ajudar no combate à depressão. Isso porque a bebida gera aumento na produção de dopamina, noradrenalina e serotonina, hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar.