O percentual de famílias com dívidas a vencer, seja no cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, ou prestação de carro e de casa atingiu 79% do total de lares no país, em agosto deste ano. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a proporção de endividados cresceu 6,1 pontos percentuais.
Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, divulgada nesta segunda-feira pela CNC, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.
A pesquisa destaca que as dívidas em carnês e cartões de lojas do varejo vem crescendo desde maio deste ano e já atinge 19,4% das famílias. Um aumento de meio ponto percentual em relação a julho e de 1,2 ponto percentuais na comparação com agosto de 2021.
A procura pelo crédito direto no varejo pelas famílias de menor renda explica a alta do indicador, já que os juros mais altos do cartão de crédito não cabem no orçamento desta faixa de renda.
De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, as famílias estão buscando alternativas de crédito mais baratas por conta da elevação dos juros. O cartão de crédito foi o tipo de dívida com a segunda maior alta dos juros médios em um ano até junho, 17 pontos percentuais, segundo dados do Banco Central.
Sobre a inadimplência, a pesquisa aponta que houve aumento pelo segundo mês consecutivo em agosto, alcançando 29,6% do total de famílias no país. Com esta segunda alta consecutiva, o indicador atingiu o maior percentual desde o começo da série histórica da pesquisa, em 2010.
E, segundo a CNC, do total de inadimplentes, 10,8% afirmaram que não terão condições de pagar contas já atrasadas, permanecendo na inadimplência.