Um sistema de cultivo protegido aumentou em duas vezes e meia a produção de tomate na região da Serra da Ibiapaba, no norte do Ceará. Em um projeto da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), as plantas cresceram em sacos de cultivo, contendo um substrato de fibra de coco. Foram avaliados vários tipos de tomate e de irrigação automatizada.
De acordo com os pesquisadores, a produtividade de tomate cereja foi de 166 toneladas por hectare em um ano. A produtividade média desse tomate na região é de 63 toneladas por hectare.
Os frutos também tiveram boa aceitação no mercado e foram vendidos com preços acima do tomate produzido pelo sistema tradicional.
Segundo a Embrapa, esse cultivo “sem solo”, como é chamado, pode ser feito em qualquer época do ano e em regiões com concentração de sal ou com a presença de patógenos, por exemplo, fungos e bactérias.
A técnica também apresentou bons resultados em outros tipos de tomate, além de dar mais eficiência para irrigação e usar menos agrotóxicos. O uso de fungicidas foi reduzido em mais de 90% em relação ao cultivo do tomate que é feito em campo aberto. A praga conhecida como "traça do tomateiro", por exemplo, apresentou uma infestação de, no máximo, 3%, o que é considerado baixo.
No ano passado, foram produzidas no país 3,6 milhões de toneladas de tomate em uma área de 51 mil hectares. Embora tenha uma produção menor em números absolutos, em relação a outros estados, o Ceará tem uma produtividade de tonelada de tomate por hectare que é a segunda maior do Nordeste.
