A Petrobras obteve lucro líquido de R$ 188,3 bilhões no ano passado, um recorde na história da companhia. O resultado representa um crescimento de 77% em relação a 2021. 
Com isso, a estatal deveria distribuir R$ 35,8 bilhões em dividendos aos seus acionistas, no entanto, de acordo com regras estabelecidas pela nova gestão, uma fatia de R$ 6,5 bilhões será retida do montante para a criação de uma reserva estatutária.
O destino desse dinheiro, que pode ser utilizado para investimentos, por exemplo, ainda será definido em assembleia pelos acionistas, que podem também rejeitar a proposta de criação do fundo de reserva, obrigando o repasse do valor total àqueles que detêm ações da Petrobras.
O restante dos dividendos, mais de R$ 29 bilhões, será pago em duas parcelas, em maio e junho deste ano e, mesmo com a reserva, isso representará uma das maiores quantias pagas a acionistas no mundo, de acordo com agências internacionais.
Segundo o Relatório de Desempenho Financeiro, divulgado na noite desta quarta-feira, o lucro recorde se deve principalmente ao aumento do preço do petróleo. Mas como a companhia estava seguindo os valores praticados no mercado internacional, isso também significou sucessivas altas nos preços dos combustíveis nos últimos anos, onerando o consumidor final e impactando bastante na inflação.
Em janeiro de 2018, a gasolina comum, por exemplo, estava sendo revendida a um preço médio de R$ 4,19 no Brasil. Já em maio de 2022, o combustível alcançou valor recorde de R$ 7,28. Logo em seguida, foi realizada a desoneração de impostos, o que fez o preço baixar para uma média nacional de R$ 4,97 em dezembro.
Como a medida impactou o caixa da União e dos estados, a cobrança dos impostos foi restabelecida de forma parcial. Mas tanto o governo, quanto a Petrobras avaliam formas de amortecer os custos dos combustíveis e a companhia pode, inclusive, acabar com a política de paridade.
