Depois do fechamento de três bancos dos Estados Unidos, nos últimos dias, especialistas brasileiros avaliam de que forma isso pode acelerar ou impedir a queda de juros do Brasil. Mantida em 13,75 %, pelo Banco Central brasileiro, a Selic, taxa básica de juros, vai ser debatida na reunião do Copom, na próxima semana.
O professor de Economia, André Roncaglia, explica que a quebra nos bancos Silicon Valley, o Silvergate e o Signature, dos Estados Unidos, era previsível, justamente pela aceleração da taxa de juros norte-americana. Agora, o Banco Central dos Estados Unidos é obrigado a repensar esse posicionamento, o que deve ocorrer, também, no Brasil.
Ainda de acordo com o economista André Roncaglia, o Banco Central dos Estados Unidos deve agir para conter os riscos financeiros, o que deve ocorrer com a decisão do Banco Central brasileiro. Na visão do especialista , se isso acontecer, pode trazer efeitos que favoreçam o crescimento do Brasil.
William Baghdassarian, também professor em Economia, enxerga de forma diferente. Para ele, acontecimentos do tipo colocam em questionamento a eficácia das políticas de proteção econômica pelas autoridades monetárias. Por isso, acredita que o Banco Central brasileiro tenha menos incentivo para reduzir a taxa de juros nacional, a depender de como a situação se desenrole.
Para William, a quebra dos bancos pode provocar, também, impacto na inflação e na taxa de câmbio, que podem ser pouco convidativas para países emergentes como o Brasil.
Após o fechamento dos bancos citados, o ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, considerou grave a situação, mas vê condições para viabilizar a redução na taxa de juros do Brasil.