Entrevista: cientista político fala sobre a relação Brasil e China
As relações diplomáticas e econômicas do Brasil com a China entraram em um novo momento depois da viagem do presidente Lula ao país asiático no início de abril. Foram firmados R$ 50 bilhões em acordos de investimento, além dessa aproximação ter trazido também repercussão positiva na política internacional.
E para falar sobre essa relação do Brasil com o país asiático, a Rádio Nacional conversou com o cientista econômico Elias Jabbour, que é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, especialista em China e autor de livros sobre o país.
A íntegra da entrevista pode ser ouvida e baixada no player do topo da página. Leia, abaixo, a transcrição da conversa:
Rádio Nacional: Como o senhor avalia a visita do presidente Lula à China e quais possibilidades foram abertas?
Elias Jabbour: A visita foi uma forma que o Brasil encontrou de se reposicionar no mundo. Houve a presença de grandes empresários e 20 acordos foram assinados, em vários âmbitos.
E eu prefiro focar no fato de o Brasil ter retornado ao um patamar de relação com a China estratégico, anterior ao golpe de 2016. Isso abre amplas possibilidades, inclusive com o fato da presença da presidenta Dilma Roussef na presidência do novo Banco de Desenmvolvimento.
Isso tudo abre possibilidades não só para o Brasil mas para o mundo com um todo. Além disso, a chance de investimento da China no Brasil em infra-estrutura foi aberta. A intimidade com a ciência e tecnologia foi aumentada com a renovação por mais 10 anos do contrato para a construção de satélite, que devem ajudar a gerir desmatamento no Brasil.
Foi um golaço diplomático do Brasil e agora devemos usufruir das consequências práticas dessa reaproximação que são muito positivas.