Com 496 mil unidades fabricadas nos primeiros três meses de 2023, a produção de veículos aumentou 8% no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2022, mas esse número é o pior para o trimestre desde 2004, de acordo com o balanço da Anfavea, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, divulgado nesta segunda-feira (10).
Segundo o presidente da Anfavea, Márcio Leite, a produção do setor no país é impactada pela queda na venda de veículos, devido aos juros altos, e também por causa da diminuição nas exportações de automóveis. O dirigente comenta o momento que enfrenta a indústria automobilística nacional.
Em março, diversas montadoras anunciaram férias coletivas aos funcionários e a paralisação da produção de veículos em suas plantas no Brasil. Foi o caso da Volkswagen, que paralisou a produção em fevereiro, em duas plantas no estado de São Paulo e uma no Paraná. Mesma situação das montadoras Hyundai, Mercedes-Benz e General Motors do Brasil, que anunciaram férias coletivas aos funcionários.
Segundo a Anfavea, a indústria de veículos no país sofre também com a queda nas exportações. Isso porque tradicionais compradores dos veículos brasileiros, como Chile, Colômbia e Argentina, estão importando mais produtos de empresas da Ásia.
Márcio Leite revela preocupação, porque um milhão e duzentos mil trabalhadores dependem da indústria automotiva nacional, que é a oitava maior do mundo. E espera apoio do governo federal para alavancar novamente o setor.