Demanda fraca, carga tributária e juros altos foram os principais problemas da indústria brasileira no segundo trimestre do ano. As informações estão no documento Sondagem Industrial da CNI, Confederação Nacional da Indústria, divulgado nesta terça-feira (18). Foram ouvidos 1.599 empresários entre os dias 1º e 11 de julho.
De acordo com a economista Paula Verlangeiro, responsável pela Sondagem, esses problemas explicam o fato de a indústria ter tido um desempenho pior em junho de 2023, na comparação com o mês anterior.
O indicador de evolução do preço de matérias-primas sofreu uma queda expressiva de 6,4 pontos, passando para 49,5 pontos, também na virada de maio para junho. Essa é a primeira vez que o indicador ficou abaixo da linha divisória dos 50 pontos na série histórica, o que indica preços de matérias-primas em queda.
Esse resultado ocorre após sucessivos recuos do indicador, verificados gradualmente desde o primeiro trimestre de 2022. O índice mostra, portanto, que a questão das matérias-primas deixou de ser crítica.
Em julho de 2023, todos os índices de expectativas subiram frente a junho, e ficaram acima dos 50 pontos, o que sinaliza maior otimismo dos empresários para os próximos seis meses.
Na mesma base de comparação, o índice de expectativa de demanda registrou 55,6 pontos, o que representa aumento de 1 ponto. O índice de expectativa de quantidade exportada apresentou aumento de 1,4 ponto, chegando a 52,2 pontos.
O índice de intenção de investimento apresentou estabilidade na passagem de junho para julho, com aumento de 0,1 ponto, para 54,1 pontos. O índice segue relativamente estável desde o fim de 2022, acima da média histórica de 51,5 pontos.