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Economia

Setores beneficiados pela desoneração cortaram vagas entre 2012 e 2022

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Cristiane Ribeiro - Repórter da Rádio Nacional
04/09/2023 - 12:31
Rio de Janeiro

Os 17 setores da economia brasileira beneficiados pela política de desoneração de contribuições previdenciárias da folha de pagamento foram os que mais cortaram vagas de trabalho formais entre 2012 e 2022. Enquanto isso, no mesmo período, o restante dos setores da economia expandiu os empregos formais. 

Os dados são de um artigo publicado nesta segunda-feira (4) pelo Ipea, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. 

Pelo texto, o subsídio do governo, criado em 2011 e estendido pela última vez em 2021, com prazo até o final deste ano, não tem sido suficiente para a manutenção dos empregos ou a criação de novos postos de trabalho.  

O estudo, feito pelo pesquisador do Ipea Marcos Hecksher, mostra que nenhum dos desonerados aparece entre os sete setores que, juntos, ocupam mais da metade, 52,4% dos trabalhadores brasileiros. São eles: comércio, exceto de veículos automotores e motocicletas; agropecuária; educação; serviços domésticos; administração pública; saúde; e alimentação. 

Para o pesquisador, os setores contemplados pelo subsídio se autodenominam como “os que mais empregam no Brasil”, com o objetivo de renovar o subsídio. 

O pesquisador destaca que, entre os setores desonerados, os que mais apresentaram queda no número de contribuintes nos últimos dez anos foram: construção e incorporação de edifícios, com o corte de 594 mil vagas. Além de preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos de viagem e calçados; fabricação de produtos têxteis; e confecção de artigos do vestuário e acessórios. 

O estudo aponta, ainda, que, enquanto empresas privadas de outros setores expandiram em 6,3% seus empregos com carteira entre 2012 e 2022, os desonerados encolheram os seus em 13,0%. 

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