Já são décadas de promessas de novas linhas para o metrô do Rio de Janeiro, feitas por inúmeros governantes e candidatos ao governo fluminense, mas que nunca saíram do papel. Atualmente, apenas três linhas estão em operação, atendendo somente alguns bairros da capital.
A única ampliação significativa mais recente foi a construção da Linha 4, concluída em 2016. Ela liga a zona sul da capital à Barra da Tijuca, que estava no pacote de projetos ligados à Olimpíada, já que a maior parte das competições ocorreu no Parque Olímpico da Barra. Na prática, funciona como uma extensão da Linha 1, que do outro lado chega apenas até a Tijuca, bairro da zona norte, próximo ao centro. A outra linha é a 2, que vai de Botafogo, na zona sul, à Pavuna, na zona norte.
Agora, mais uma tentativa será feira. Está marcada para o dia 19 de dezembro uma licitação para contratar a empresa que vai elaborar os estudos sobre a ampliação do Metrô na cidade do Rio de Janeiro. O objetivo é fazer análises de viabilidade técnica, jurídica, econômica e ambiental das obras para a implantação de mais dois trechos do modal. O gerente de desenvolvimento urbano do Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento, Iuri Moura, argumenta que os benefícios de uma ampliação no transporte público são inúmeros.
Os trechos que estão em discussão fazem parte da linha 3. Se forem efetivamente construídos, vão ligar a Praça XV, no centro da cidade do Rio, até Niterói e São Gonçalo, municípios vizinhos da região metropolitana. Também está em análise a expansão da linha 4, que assim chegaria até o Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste.
O primeiro trecho traz um desafio técnico, já que a Baía de Guanabara é um obstáculo natural entre a capital e as duas cidades. Mas hoje também é grande o desafio de milhares de pessoas que circulam nessas três cidades, como a fisioterapeuta Valéria Frazão. Atualmente, para chegar à capital, ela tem como opção atravessar a Ponte Rio-Niterói de carro ou ônibus ou utilizar as barcas. Mas o transporte aquaviário faz apenas o trajeto entre o centro do Rio e dois pontos em Niterói.
Já o segundo trecho, Jardim Oceânico x Alvorada x Recreio dos Bandeirantes, tem como foco a região que deve ganhar mais moradores nos próximos anos, criando uma demanda ainda maior por serviço de transportes. O engenheiro de transportes colaborador da COPPE, o Instituto de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Ronaldo Balassiano afirma que esse é o critério mais seguro na hora de decidir sobre uma obra dessa magnitude.
Os estudos feitos pela empresa que vencer a licitação deverão ser entregues em 12 meses. A partir deles é que o governo estadual vai saber quanto custaria a ampliação e em quanto tempo ela seria entregue à população. A licitação conta com recursos do Plano de Aceleração do Crescimento, do governo federal.