2023 começou com a taxa básica de juros nas alturas. Somente a partir da quinta reunião do ano, em agosto, o Copom, Comitê de Política Monetária do Banco Central, reduziu a Selic.
Antes, durante todo o primeiro semestre de 2023 houve queda de braço. De um lado, o governo federal pressionava e criticava os juros altos. Em fevereiro, o presidente Lula disse que não havia explicação para juros anuais de 13,5%, o maior nível desde janeiro de 2017.
Do outro lado, o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto defendia a austeridade, em nome do controle da inflação. A redução de meio ponto percentual decidida em agosto, deu início a uma fase de relações mais amistosas. Foi o primeiro corte depois de três anos.
Agora em dezembro, depois da quarta queda consecutiva, a Selic chegou a 11,75% ao ano. O Copom já prometeu mais cortes em 2024, e ao final do ano, a estimativa dos analistas é que a Selic esteja em 9,25%.
A taxa básica de juros é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação oficial sob controle. A meta de aumento dos preços definida para 2023 foi de 3,25%, com tolerância de um e meio ponto percentual para mais ou para menos. Em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, registrou acúmulo de 4,04%, acima do centro, mas ainda dentro da meta.
Outro cálculo que trouxe boas notícias em 2023 foi o do Produto Interno Bruto Brasileiro, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no país. O crescimento acumulado entre janeiro e setembro foi de 3,2%, na comparação com o mesmo período do ano passado. Isso significa que o Brasil gerou mais de R$ 2,7 trilhões ao longo dos nove meses, o maior patamar da história. O presidente Lula defendeu que o crescimento deve estar atrelado à distribuição de renda
Mas alguns resultados econômicos do último trimestre levaram o Ministério da Fazenda a revisar a projeção de crescimento do PIB de 3,2% para 3% em 2023. Ainda assim, a economia brasileira deve superar o resultado de 2022, que foi de 2,9%.