O governo central registrou um saldo negativo nas contas de mais de R$ 230,5 bilhões no ano passado. É o pior resultado desde 2020.
De acordo com o Tesouro Nacional, um dos principais motivos foi o pagamento de precatórios, que são dívidas judiciais das quais o governo não pode mais recorrer.
É que em novembro, o Supremo Tribunal Federal atendeu a um pedido da União para retomar os pagamentos dos precatórios federais que tinham sido interrompidos na gestão anterior.
E isso aumentou os gastos de forma extraordinária em dezembro quando o governo quitou mais de R$ 90 bilhões dessas dívidas.
Ainda segundo o Tesouro Nacional, sem o pagamento dos precatórios, as contas do Governo Central teriam fechado o ano passado com resultado negativo na casa de R$ 138 bilhões.
De acordo com o Ministério da Fazenda, o resultado está de acordo com os objetivos traçados pela pasta, como explicou o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron.
Apesar da quitação dos precatórios, o déficit ficou dentro da meta de R$ 231,5 bilhões para o Governo Central, estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias do ano passado.
Lembrando que o Governo Central reúne as contas do Tesouro Nacional, que é o caixa do governo, do Banco Central e da Previdência Social.
O déficit primário acontece quando os gastos do governo superam a arrecadação com os impostos. Isso sem considerar o pagamento de juros da dívida pública. Quando acontece o contrário, o que ocorre é um superavit.