Clima, dólar e carne empurraram inflação para cima da meta em 2024
O aumento no preço dos alimentos, os impactos do clima e a desvalorização do real frente ao dólar são os principais fatores que explicam a inflação oficial de 4,83% em 2024, acima do limite estipulado pelo governo. Em dezembro, o IPCA acelerou a 0,52%. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira (10), pelo IBGE.
Entre os grupos de produtos e serviços, habitação foi o único que apresentou queda em dezembro. O gerente do IPCA, Fernando Gonçalves, fala dos fatores que influenciaram nessa diminuição.
"O resultado negativo no grupo habitação, de -0,56%, ajudou a segurar o resultado no mês de dezembro, em razão de mudanças na bandeira tarifária de energia elétrica: de amarela em novembro para verde em dezembro."
Ao analisar o comportamento dos produtos pesquisados, o IBGE identifica que a maior pressão de alta veio do item carnes. Em 2024, os cortes ficaram 20,84% mais caros. É o maior aumento desde 2019, quando subiram 32,4%. As elevações acumuladas nos preços dos grupos saúde e cuidados pessoais, de 6%, e transportes, de 3%, também influenciaram o IPCA do ano.
Já as passagens aéreas ajudaram a puxar o índice do ano para baixo, com queda acumulada de 22% em 2024. Outras diminuições foram a do tomate, com redução de 25,86%, e da cebola, que fechou o ano passado 35 % mais barata.
Entre as 16 localidades onde o IBGE faz o acompanhamento semanal dos preços, São Luís, no Maranhão, teve a maior inflação acumulada em 2024: 6,51%.
Na região metropolitana de São Paulo, que representa 32,28% do IPCA do país, a inflação fechou em 5%. No Rio de Janeiro, terceiro maior peso no IPCA nacional entre as localidades, a inflação de 2024 ficou em 4,69%. O menor resultado foi em Porto Alegre, com aumento de 3,57%.