Especialistas analisam causas da queda da atividade econômica
![Marcello Casal jr/Agência Brasil economia ilustração 3](/sites/default/files/thumbnails/image/loading_v2.gif)
Os juros altos no Brasil podem explicar a queda da atividade econômica em dezembro, identificada pelo Banco Central, mas não foram o único fator, segundo especialistas. A instituição divulgou nessa segunda-feira (17/2) o IBCBR, considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) oficial, que mede o tamanho da economia. Segundo ele, a economia brasileira cresceu 3,8% em 2004, apesar de uma queda de 0,7% em dezembro.
O professor de economia da Universidade Federal do Paraná, Marcelo Curado, diz que a taxa de juros não é o único fator para o esfriamento econômico.
“Taxa de juros já é um fator, mas não é, nem de longe, o único, né? O próprio ciclo de crescimento puxado por consumo, ele tem limites no tempo, a gente já sabe disso. Outra coisa que mais objetivamente é ter um cenário de incertezas muito grande, sobre tanto o cenário doméstico como o cenário internacional, né? Essas incertezas acabam atrapalhando a decisão de investimento, até mais do que os juros altos."
O professor do Ibmec Brasília, William Baghdassarian, não acredita que o efeito da alta dos juros já esteja acontecendo.
“Essa influência, ela é muito sentida a partir de um ano, um ano e pouco. Então, pra mim, não é isso que explica, não. Eu associo o que aconteceu no final do ano, a gente teve uma questão de expectativa, que veio aquele pacote de contenção de gastos do governo, o pacote meio que frustrou as pessoas, aí você muda as expectativas das pessoas e aí você pode ter uma redução do investimento, você pode ter um efeito assim.”
Já o professor César Bergo, da Universidade de Brasília (UnB), vê o efeito da taxa de juros pesar sobre o crédito, especialmente no setor industrial. O efeito dessa política monetária deve reduzir o crescimento neste ano.
“Já existe uma expectativa de crescimento para 2025, próximo a 2%. É um crescimento menor que 2024, sobretudo em função da própria política monetária. Esse movimento excepcional de 2024 não deve se repetir agora em 2025, embora haja uma expectativa de melhora substancial do setor de agronegócio.”
Os três especialistas concordam que as contas públicas do governo devem ser controladas com redução de despesas para melhorar o perfil da dívida e reduzir o risco. Assim, uma pressão menor sobre a inflação cria mais espaço para uma possibilidade de redução dos juros.
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