Queda do dólar e safra devem conter preço dos alimentos, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a trajetória de queda do dólar, que no ano passado chegou a R$ 6,30 e agora está na casa dos R$ 5,70, e a safra recorde terão reflexos nos preços dos alimentos nas próximas semanas. A declaração foi feita durante entrevista à Rádio Cidade, de Caruaru.
"Quando você exporta o alimento, você exporta em dólar. Então, se o produtor aqui está recebendo mais em reais, devido ao dólar ter se apreciado, isso acaba tendo impacto nos preços internos. A política que estamos adotando para trazer o dólar a um patamar mais adequado também terá reflexos nos preços nas próximas semanas".
A queda do dólar, segundo o ministro, vai impactar também no preço dos combustíveis.
"Depois da eleição de Trump, houve uma disparada do dólar. E você sabe que a gente importa gasolina e diesel. Então, isso tem reflexo no preço. Agora, comparando com o preço de dois anos atrás, o preço da gasolina e do diesel nos postos está mais baixo do que há dois anos".
Quando perguntado se alta dos juros ajuda ou atrapalha, Haddad afirmou: depende da dose.
"Isso aqui nem é um antibiótico. Você não pode tomar a cartela inteira num dia, nem pular o horário, nem tomar mais do que precisa. A política monetária tem que ser conduzida com muita sabedoria. Você não pode deixar de lado o problema do crescimento da economia, não pode jogar o país numa recessão e não pode deixar também que haja um problema grave nas transações correntes com o exterior".
O ministro reforçou, ainda, que o aumento real do salário mínimo, a atualização da tabela do Imposto de Renda e a Reforma Tributária, que entre outros pontos isenta de imposto os produtos da cesta básica, são medidas que vão ajudar a população e trazer mais qualidade de vida. Lembrou que são medidas tomadas desde o início do governo Lula. E completou: não é possível corrigir sete anos de má administração em dois.