Na Trilha da História: As revoltas do século XX que tentaram tirar governantes brasileiros do poder
Olá! Eu sou a Isabela Azevedo, e está começando mais uma versão reduzida do Na Trilha da História. Neste episódio, vamos trazer trechos da segunda parte da conversa com o historiador Rodrigo Trespach sobre o livro Histórias não ou mal contadas - Revoltas, Golpes e Revoluções no Brasil, lançado pela editora Harper Collins.
Rodrigo começa nosso papo contando que o século XX deu sequência à tradição de revoltas e tentativas de destituir governantes brasileiros. Um desses movimentos foi o Tenentismo. Um grupo de soldados se rebelou e tomou o Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro, em julho de 1922.
Sonora: “Inclusive houve troca de tiros entre o Forte de Copacabana e outros fortes. Movimentou muito a cidade do Rio de Janeiro. Eram mais de 300 os revoltosos".
O objetivo era impedir a posse do presidente eleito Arthur Bernardes e moralizar a política brasileira - marcada por eleições fraudulentas e pela política do Café com Leite, em que paulistas e mineiros se revezavam no poder.
Sonora: “O tenentismo tinha essa ideia de moralizar a política brasileira, que estava envolvida em uma série de corrupções, eleições fraudulentas. E o movimento tenentista vai dar início a uma série de movimentos ao longo do século XX, que trazem a intervenção militar como salvação para o Brasil."
O levante foi frustrado e muitos revoltosos se entregaram. Um grupo pequeno, no entanto, decidiu sair do forte com armas em punho numa marcha pela Avenida Atlântica. Esses homens ficaram conhecidos como os Dezoito do Forte.
Sonora: "Foi uma marcha suicida. E, nessa troca de tiros, só sobrevivem esses dois, que é o Siqueira Campos e o Eduardo Gomes."
Menos de uma década depois, o Brasil assistiu a mais uma revolta armada, conhecida como a Revolução de 30. O gaúcho Getúlio Vargas havia perdido as eleições presidenciais para Júlio Prestes, o candidato dos políticos paulistas. Mas o assassinato do vice na chapa de Getúlio, o paraibano João Pessoa, desencadeou uma revolta.
Sonora: “O assassinato do João Pessoa, que era o vice do Vargas na chapa, não por motivos políticos, por motivos passionais, mas serviu de pretexto para o Vargas e o grupo dele se articularem para derrubar o Washintgon Luís, antes de ele transmitir o cargo para o Júlio Prestes."
No Palácio do Catete, Vargas permaneceu por muitos anos. Em 1937, com a justificativa de combater o comunismo, Getúlio decretou o Estado Novo, suspendendo direitos políticos e impondo uma Constituição de inspiração fascista.
Sonora: “A desculpa final do golpe foi a Intentona Comunista, que é esse movimento liderado pelo Prestes, mas uma coordenação muito mal feita. Há um levante, mas ele é frustrado, mas o Vargas usa isso como desculpa, como meio de decretar o estado de sítio e o Estado Novo, que era uma ditadura."
Pouco menos de 30 anos depois, a luta contra o comunismo foi mais uma vez a desculpa para um golpe de Estado e a instalação de uma ditadura no país.
Sonora: “E quando o Jânio Quadros renuncia em 61, ele lança o Brasil numa situação problemática, porque o Jango, o vice dele, era muito ligado à parte social. E, na época da renúncia, o Jango estava na China comunista. Isso causou um tremendo mal-estar."
Esta foi a versão reduzida do Na Trilha da História. O episódio completo de 55 minutos e traz, além da entrevista na íntegra com o historiador Rodrigo Trespach, músicas que tem tudo a ver com o nosso tema de hoje. Para ouvir, acesse: radios.ebc.com.br/natrilhadahistoria. E se você quiser enviar uma mensagem pra gente, nosso e-mail é cultura e arte@ebc.com.br. Até semana que vem, pessoal!
Na Trilha da História: Apresenta temas da história do Brasil e do mundo de forma descontraída, privilegiando a participação de pesquisadores e testemunhas de importantes acontecimentos. Os episódios são marcados por curiosidades raramente ensinadas em sala de aula. É publicado semanalmente. Acesse aqui as edições anteriores.