No DF, escolas da educação infantil estimam redução de 70% no faturamento
O Distrito Federal foi o primeiro lugar do Brasil a adotar medidas de isolamento. O decreto publicado pelo governador Ibaneis Rocha em meados de março e que determinou o fechamento das escolas foi o pontapé inicial para uma crise sem precedentes entre as instituições de educação infantil.
A estimativa é de que esses estabelecimentos tenham perdido em torno de 70% do faturamento por causa da inadimplência e que cerca de 30% das matrículas de crianças de seis meses a 5 anos de idade tenham sido canceladas.
Os dados são parte de um levantamento feito pelo Sinepe – sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal.
As incertezas em torno da Covid-19, somadas aos efeitos econômicos da pandemia, foram determinantes para que a publicitária Marina Padrão, mãe da Manuela – de 1 ano e sete meses, repensasse a permanência da pequena na creche,
Ainda não existe uma previsão para que escolas possam retomar as aulas presenciais e a alternativa de ter um currículo on-line não atende às crianças dessa faixa etária, na avaliação da pedagoga Viviany Pinheiro.
Além de não prender a atenção dos pequenos, a modalidade de ensino remoto não é recomendada porque pode causar problemas à saúde dessas crianças.
A Sociedade Brasileira de Pediatria inclusive, sugere que até dois anos de idade não haja exposição a nenhum tipo de tela e que as crianças de até cinco anos de idade, não fiquem mais de uma hora por dia em frente às telas.
A impossibilidade de oferecer uma alternativa aos pais que supra a demanda da educação infantil e o alto número de cancelamento de matrículas têm sido vistos com preocupação pelas entidades que representam as escolas particulares. O presidente do Sinepe, Álvaro Domingues, teme que possa haver um colapso no setor.
De acordo com o sindicato, o Distrito Federal tem 570 escolas particulares. Dessas, 400 estão classificadas entre educação infantil ou estabelecimentos de ensino fundamental.