Cresce demanda por vagas na educação infantil da rede pública de SP
Cresceu a proporção de crianças da rede particular que buscam vagas em escolas públicas em São Paulo.
Até setembro, 90% das matrículas nas escolas públicas de educação infantil de São Paulo eram de crianças que saíram da rede particular de ensino.
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, das 2.926 matrículas feitas em 2020, 2.648, ou seja, 9 a cada 10 matrículas, são de crianças que estavam matriculadas em creches ou escolas particulares.
O número total de matrículas caiu pela metade para esse período do ano, mas o aumento da demanda de estudantes que saíram da rede particular pode criar um gargalo em uma área que já enfrenta problemas de vagas.
Até o ano passado, a proporção de crianças que deixavam escolas privadas para buscar vagas em escolas públicas ficava na casa dos 30%.
A educação infantil atende crianças entre 0 a 5 anos e, em setembro desse ano, quase 7 mil crianças aguardavam na fila por uma vaga em creches públicas.
A migração de estudantes da rede privada para a pública é resultado da crise gerada pela pandemia. A prefeitura diz que está preparada para o aumento da demanda.
Segundo a Secretaria de Educação do município, foram criadas 6 mil novas vagas em escolas de educação infantil., A partir do ano que vem, vai ser implementando o transporte público escolar para bebês para preencher vagas em creches que estão ociosas e ficam a mais de 2 quilômetros da residência das crianças. E a prefeitura também aposta na compra de vagas em escolas conveniadas.
Esse último ponto é o mais polêmico. Segundo dados da prefeitura, das quase 342 mil crianças matriculadas em creches em junho de 2020, mais de 80%, cerca de 288 mil, estavam em escolas particulares que firmaram convênios com a rede pública e a prefeitura quer ampliar ainda mais esse número. Um projeto de lei foi encaminhado para Câmara de Vereadores para autorizar a compra de mais vagas em escolas particulares.
Segundo o presidente do Sindicato das Escolas de Educação Infantil de São Paulo, Eliomar Rodrigues Pereira, a Secretaria de Educação já indicou a disposição em comprar 35 mil vagas em escolas particulares, mas, com a crise, cerca de um terço das escolas fecharam as portas e foram fechadas mais de 72 mil vagas.
Outro ponto polêmico é que a compra de vagas em escolas particulares é alvo de investigação pela Polícia Civil do estado, na chamada máfia das creches.
Para o professor da Faculdade de Educação da USP, Daniel Cara, a compra de vagas na rede particular responde a interesses econômicos e não educacionais.
A assessoria de imprensa do vereador Ricardo Nunes nega as acusações de que empresas vinculados a ele estejam se beneficiando dos contratos firmados pela prefeitura para a compra de vagas em creches.
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