A vida escolar de uma criança superdotada pode não ser tão fácil quanto muitas pessoas imaginam. Mitos sobre a capacidade e a falta de suporte para aproveitar esse potencial são desafios para alunos, escolas e famílias.
A turismóloga Lívia Sousa Sales tem dois filhos com habilidades acima da média. O mais velho, Henrique, já lia e escrevia aos 4 anos. A superdotação foi definida após avaliação psicopedagógica e neuropsicológica. Hoje, aos 12 anos, o mais difícil é enriquecer o currículo para manter o interesse dele na aula, já que aprende o conteúdo com muita facilidade. Já o segundo, Eduardo, que tem 10 anos, tem uma habilidade acentuada para esportes e artes. O desafio é fazer ele mesmo acreditar no próprio potencial.
Crianças com altas habilidades e superdotação podem ser identificadas pela curiosidade elevada, vocabulário diferenciado, facilidade para aprender e se desenvolvem mais rápido, inclusive fisicamente.
O Censo Escolar 2020 afirma que existem mais de 24 mil estudantes com esse perfil no Brasil. Mas a presidente do Conselho Brasileiro para Superdotação, Denise Arantes Brero, diz que estudos apontam para pelo menos 5% da população com essa característica.
A escola deve oferecer a cada estudante superdotado um plano individual e é importante um espaço para que esses alunos possam interagir. Denise diz que a legislação é clara, mas as políticas públicas precisam avançar.
Brasília tem cerca de 1.800 estudantes atendidos em polos de educação de altas habilidades. Esse trabalho gera resultados, diz a gerente de Atendimentos Educacionais Especializados da Secretaria de Educação, Karla Gomes dos Santos que destaca que se o aluno estuda sua área de interesse ele pode se desenvolver e contribuir com a comunidade.
No Distrito Federal, os alunos frequentam a educação básica nas turmas regulares e, no contraturno, vão para salas especiais onde o foco é a área de interesse do estudante.
*Com produção de Michelle Moreira