O Conselho Universitário da USP, a Universidade de São Paulo, aprovou nesta segunda feira (22) a adoção de cotas raciais para pretos, pardos e indígenas nos seus futuros concursos públicos para professores e funcionários.
Dessa forma, os próximos concursos públicos da universidade destinarão 20% de vagas para cotas raciais em processos seletivos com 3 ou mais vagas para postos de trabalho. Nos casos em que forem oferecidas 1 ou 2 vagas, os autodeclarados negros, pardos ou indígenas ganharão uma pontuação diferenciada na avaliação.
A medida foi celebrada por ativistas do movimento negro, porém ainda há críticas. O Núcleo de Consciência Negra da USP, por exemplo, afirmou que a entidade não foi convidada a debater o tema e tampouco teve espaço para falar sobre a questão na reunião do conselho ocorrida ontem.
Outro ponto criticado é o fato da garantia de colocação ser apenas em concursos acima de 3 vagas, o que na prática não acontece na maioria dos concursos para professores. A entidade lembrou ainda que apenas 5% dos professores da universidade se declaram negros ou pardos.
Em nota, a assessoria de imprensa da USP afirmou que o Conselho Universitário possui uma composição que contempla todos os segmentos da universidade e externos a ela e que a proposta discutida e aprovada ontem é resultado dos debates ocorridos no Conselho de Inclusão e Pertencimento.
Sobre a crítica em relação à falta de vagas em concursos com menos de 3 vagas, a nota reafirma que os pretos, pardos e Indígenas terão avaliação e pontuação diferenciada nestes casos.