Trocar saberes, ter experiências multiculturais e se desenvolver continuamente. Essa é a proposta da Universidade das Quebradas, um laboratório de tecnologia social que atende a mais de 800 participantes. A iniciativa é da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), em parceria com a Academia Brasileira de Letras e o Instituto Odeon, uma associação privada sem fins lucrativos, que tem como foco a realização de projetos culturais.
Em oito meses, o curso reuniu 50 alunos das periferias cariocas em uma iniciativa inspiradora. O projeto mergulhou na vida e obra de Machado de Assis. Oficinas, palestras e seminários abordaram o legado do escritor, oferecendo uma nova perspectiva e interpretando suas obras sob uma ótica racial. Também foi debatido o processo de “branqueamento” de Machado, que se aproximou da questão racial ao criticar a sociedade imperial branca. A idealizadora do projeto, Heloísa Teixeira, explica o motivo da escolha do autor.
Os estudantes também assistiram a palestras de membros da Academia Brasileira de Letras, entre eles, Ailton Krenak, que atuou como padrinho da turma na formatura do curso. O ponto alto da cerimônia aconteceu com a entrega dos diplomas aos “descendentes de Machado de Assis”. O termo é usado, em sentido simbólico, para se referir aos alunos que se inspiraram no legado do escritor. O momento foi de grande emoção e representatividade. Para a mestranda em Étnica Racial, Clátia Vieira, a iniciativa representa a oportunidade de conhecer uma nova faceta do escritor.
A Universidade das Quebradas segue com projetos para 2025, com planos de expansão para as cidades de Belém, no Pará, e São Luís, no Maranhão, e de trazer Ariano Suassuna como escritor protagonista da próxima edição. Para mais informações sobre os próximos eventos e projetos, consulte o site universidadedasquebradas.pacc.ufrj.br/