Associação Jusracial pede expulsão do presidente da Conmebol

Juristas negros pediram à Fifa que Alejandro Dominguez, presidente da Conmebol, a Confederação Sul-Americana de Futebol, seja expulso da entidade depois de ter feito uma declaração racista contra clubes brasileiros.
O pedido foi enviado nessa quarta-feira pela associação Jusracial, formada por juristas e advogados negros. Para a entidade, o dirigente cometeu uma ofensa inadmissível quando, na última segunda-feira, afirmou que a competição Libertadores da América sem a participação de clubes brasileiros seria como "Tarzan sem Chita”.
O fundador e representante da JusRacial, Hédio Silva Jr., aponta que a fala de Domínguez minimizou o racismo no futebol e naturalizou a ofensa racial como algo aceitável. Ele acrescenta que a expulsão do dirigente da Conmebol teria por base o próprio estatuto da entidade, que veda condutas discriminatórias e prevê sanções severas para casos de racismo — comportamento também proibido pelo Código Disciplinar da Fifa.
Na última terça-feira, através da rede social X, o presidente da Conmebol pediu desculpas pela declaração e disse que usou uma frase popular, mas sem a intenção de menosprezar ou desqualificar ninguém.
A fala de Dominguez aconteceu durante o sorteio dos clubes da Libertadores, quando foi mencionada a possibilidade de clubes brasileiros não participarem do torneio, como reação ao episódio envolvendo o jogador brasileiro Luighi Santos. Lembrando que no último dia 6, o atleta do Palmeiras foi agredido com ofensas racistas no jogo contra o clube paraguaio Cerro Porteño.
Para a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, as penalidades impostas pela Conmebol ao time paraguaio são insuficientes. O clube foi multado em 50 mil dólares e vai jogar sem presença de torcida nas próximas partidas da competição.





