A Polícia federal desarticulou um esquema de fraudes no financiamento de imóveis da Caixa Econômica Federal, no Maranhão. Na operação, chamada de Cartago, os agentes cumpriram 44 mandados judiciais, sendo 19 de busca e apreensão e sete de suspensão da função pública, ou seja, os empregados da Caixa envolvidos foram afastados do cargo. De acordo com as investigações eles desviaram mais de R$ 500 milhões.
O esquema funcionava assim: empregados da Caixa criavam empresas fictícias em nome de parentes. Essas firmas passaram a ser contratadas pelo banco para prestar serviços como correspondentes bancários imobiliários, que são intermediários no processo de compra de imóveis. Mas os contratos eram fechados nas próprias agências e as empresas de fachada recebiam comissões indevidamente.
Para praticar a fraude, eram montados escritórios de atendimento nas agências, com mesas, cadeiras e até computadores da Caixa.
Segundo o delegado responsável pela Operação, Sandro Jansen, o caso foi investigado durante dois anos e mais de 5 mil clientes foram prejudicados com a fraude, pagando sem saber uma taxa extra para essas empresas fictícias.
A Polícia Federal constatou que em uma única agência todos os contratos de financiamento firmados em 2010 eram fraudulentos.Os envolvidos no esquema vão responder por diversos crimes, entre eles, estelionato, corrupção ativa e passiva, gestão fraudulenta e peculato, que é crime praticado por funcionário público contra a Administração.
Até o fechamento da reportagem, a Caixa Econômica ainda não havia se pronunciado sobre o assunto.