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Comissão da Verdade ouve depoimentos de agentes da ditadura em Brasília

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Katiana Rabelo
09/09/2014 - 15:33
Brasília

Na manhã desta terça-feira (9), dois militares prestaram depoimento à Comissão Nacional da Verdade, que apura a violação dos direitos humanos durante a ditadura militar.

 

Um deles foi o general Antônio Nogueira Belham, comandante do Doi-codi do Rio de Janeiro, quando o deputado Rubens Paiva foi assassinado dentro do órgão de repressão. Belham nega envolvimento na morte do deputado. Durante o depoimento à Comissão da Verdade, ele apresentou uma folha de alteração do Ministério do Exército, mostrando que estava de férias em 21 de janeiro de 1971, quando Paiva foi torturado e assassinado. Mas o documento também mostra que o general Belham recebeu diária de viagem no dia anterior para deslocamento sigiloso. O ex-comandante do Doi-Codi do Rio alega haver um erro na folha de alteração. 

 


Outro documento, assinado pelo general Belham, mostra que ele recebeu dois cadernos de anotações que pertenciam a Rubens Paiva e que foram apreendidos um dia antes da morte. Para o coordenador da Comissão da Verdade,  Pedro Dallari,  essas provas evidenciam que Belham estava no Doi-Codi quando o deputado Paiva foi assassinado.

 

Outro depoimento prestado à Comissão da Verdade nesta terça-feira (9) foi do ex-soldado Carlos Orlando Fonseca, que participou da Guerrilha do Araguaia. Ele contou que Helenira Resende, militante desaparecida desde 1972, morreu em combate. Esse relato contraria versões históricas de que ela foi torturada e assassinada durante a guerrilha.

 

O coronel reformado José Brant Teixeira também foi convocado para depôr. Ele não compareceu alegando que a convocação só poderia ser feita pelo Comando do Exército.

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