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Índios presos no Amazonas vão poder participar de festa do povo Tenharim

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Graziele Bezerra
17/11/2014 - 14:13
Brasília

Domiceno Tenharim e Gilvan Tenharim receberam autorização judicial para participar da festividade de renovação espiritual e do ritual de escolha do cacique dos Tenharim.


Os dois fazem parte do grupo de cinco índios acusados de matarem e ocultarem os corpos de três homens. O crime teria ocorrido, em dezembro de 2013, nas imediações da terra indígena Tenharim Marmelos, a cerca de 130 quilômetros de Humaitá, no sul do Estado.


A população de Humaitá prometia fechar a rodovia Transamazônica caso os índios recebessem o indulto. Mas após uma reunião, na última sexta-feira (14), os moradores entraram em acordo com a polícia e o governo local.

 

Segundo os costumes do povo, Domiceno é o dono da festa deste ano. E Gilvan será nomeado o novo cacique dos tenharim. O povo está sem liderança desde dezembro de 2013, quando o pai de Gilvan, Ivan Tenharim, foi encontrado morto às margens da Transamazônica.

Por isso, somente os dois receberam o benefício de participar da festividade. Domiceno poderá permanecer na aldeia por 10 dias. E Gilvan, após ser empossado, ficará esperando o julgamento na aldeia.


A Festa dos Tenharim acontece anualmente, sempre no mês de junho e tem duranção de 30 dias. Mas não pôde ser realizada por causa da prisão dos índios. A nova data ainda não foi definida. A previsão é que seja marcada para o início de janeiro.


Os índios estão presos desde janeiro deste ano.


Procurado pela nossa reportagem, o CIMI, Conselho Indigenista Missionário, disse que não comentaria o caso neste momento. A Funai, por meio de nota, também informou que não vai se pronunciar sobre o assunto, a fim de garantir a integridade física dos indígenas.

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