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Polícia Federal desarticula esquema bilionário de concessão de terras da União

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Ariane Póvoa
27/11/2014 - 19:52
Brasília

O esquema para fraudar terras da reforma agrária envolvia um grupo criminoso formado por cerca de 80 fazendeiros, empresários, representantes de entidades de classe e, pelo menos, 8 servidores públicos.

 


De acordo com a Polícia Federal, a Operação Terra Prometida, deflagrada nesta quinta-feira para desarticular o esquema, cumpre 52 mandados judiciais de prisão preventiva, 146 de busca e apreensão e 29 medidas proibitivas nos estados do Mato Grosso, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Até a última atualização, 20 mandados de prisão preventiva já haviam sido cumpridos.

 


Cerca de mil lotes da União estão em situação ilegal. O prejuízo aos cofres públicos pode alcançar 1 bilhão de reais.

 


Segundo informações da Agência Brasil, entre os investigados estão Odair e Milton Geller, irmãos do ministro da Agricultura, Neri Geller. A assessoria do ministro informou que ele não foi citado no inquérito policial e que não mantém qualquer sociedade empresarial ou negócio com os irmãos.

 


Com apoio de servidores do INCRA, o esquema era mantido há 10 anos, com uso de documentos falsos, ações de vistoria simuladas e alteração de dados no Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária.

 


Em nota, o INCRA informou que adota medidas administrativas para que as áreas da reforma agrária sejam ocupadas exclusivamente por assentados ou agricultores familiares.

 

 

O Incra afirmou ainda que vai designar equipe para acompanhar os trabalhos na Superintendência Regional de Mato Grosso, para garantir o trabalho policial e a punição dos agentes envolvidos.

 


Os investigados vão responder por crimes de invasão de terras da União, contra o meio ambiente, falsidade documental, estelionato e corrupção ativa e passiva. As penas podem chegar a até 12 anos de reclusão.

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