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Pesquisadores encontram superbactérias em lagos paraenses

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Ariane Póvoa
25/03/2015 - 12:42
Brasília

Uma pesquisa da Universidade Federal do Pará (UFPA), em parceria com a Universidade de Aveiro, em Portugal, constatou que os lagos Bolonha e Água Preta, que abastecem a Região Metropolitana de Belém, estão contaminados por superbactéricas.


Segundo o pesquisador responsável, professor Artur Luiz da Silva, o estudo identificou nos lagos cerca de 80 microorganismos resistentes a antibióticos de terceira geração. Ele acredita que a contaminação foi ocasionada por habitações irregulares na região, que é uma Área de Preservação Ambiental e compreende o Parque Estadual do Utinga.

 

Sonora: "Algumas casas estão irregulares nessa região. Obviamente, se tratando de uma região de preservação ambiental, não existe nenhum sistema de controle de saneamento. E aí o que acontece? As pessoas ficam se utilizando de poços artesianos e também fazendo lançamento de dejetos dentro do lago ou contaminando os lençóis freáticos dentro de fossas, que possivelmente estão sendo responsáveis por essa disseminação ou aparecimento desses microorganismos dentro desse manancial”.


O professor explica que o risco de contaminação é apenas para a população que tem contato direto com as águas dos lagos. Segundo ele, o tratamento de água realizado pela Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) é eficaz e garante a eliminação das bactérias para o consumo das habitações regulares.

 

Sonora: "O processo de tratamento de água ele é extremamente eficiente no caso da remoção dos micro-organismos, então a população ela não corre nenhum risco. O que não é desejável é que haja pessoas vivendo dentro da área de proteção ambiental e é necessário que os órgãos competentes tomem as devidas providências de remoção dessas pessoas dessa região.”


Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade  (Ideflorbio) informou que projetos estão em andamento para remanejar os moradores.

 

Segundo o Gerente de Unidade de Conservação do órgão, Júlio César Meyer, cerca de 70 famílias que vivem de forma irregular no entorno do Parque do Utinga, devem ser realocadas ainda este ano.

 

Sonora: “É um desafio muito grande pra gente, mas já foi feito um processo de regularização fundiária já, algumas dezenas de famílias já foram regularizadas; agora em 2015 a meta é a gente desapropriar 70 benfeitorias, o que na verdade ainda não finda todo o processo de controle ali da qualidade daquele ambiente.”


Em nota enviada pela Secretaria de Estado de Comunicação, a Cosanpa afirma que o resultado da pesquisa não causa preocupação. Segundo a Companhia, mais de 1 milhão de reais são gastos por mês, em produtos químicos para tratamento da água que atende a população de 56 municípios. A nota afirma ainda que o tratamento realizado é feito dentro dos padrões da Organização Mundial de Saúde.

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