O Ministério Público Federal expediu recomendação ao Instituto de Terras e Cartografia do Estado do Rio de Janeiro (Iterj) e à Fundação Cultural Palmares, do governo federal, para que acompanhem de forma permanente os moradores do Quilombo Campinho, em Paraty (RJ).
A ação foi movida após pedido da associação de moradores do quilombo, que denuncia a existência de famílias dentro da área titulada, que não fazem parte da comunidade quilombola. Algumas delas teriam chegado antes da titulação, obtida em 1999, mas outras teriam se estabelecido depois disso. De acordo com o presidente da associação de moradores, Sinei Barreiros Martins, a situação vem se agravando com a formação de novas famílias, especialmente porque o quilombo foi titulado com menos de 30% de sua área original.
O quilombo Campinho foi o primeiro do estado do Rio de Janeiro a receber titulação. Atualmente, cerca de 500 descendentes de africanos, trazidos para o Brasil como escravos, vivem na comunidade remanescente do quilombo Campinho da Independência. O Iterj e a Fundação Palmares tem até 30 dias para acusar o recebimento da notificação e encaminhar um cronograma de ações. Ambas as instituições foram procuradas, mas não responderam até o fechamento dessa reportagem.
