Ambulantes que trabalham no carnaval de Salvador realizaram mais um protesto nesta terça-feira.
Contrários à exclusividade na comercialização de apenas uma marca de bebida, alguns vendedores chegaram a atear fogo em papelões no Farol da Barra – ponto que marca o início do Circuito Dodô. Eles repetiram o ato que haviam feito nasegunda-feira, que atrasou a saída dos trios do circuito.
Segundo o contrato firmado entre a prefeitura e a empresa patrocinadora da folia , os quatro mil ambulantes só podem vender cervejas e refrigerantes da marca, o que tem desagradado foliões, como Isabelle Santos, que quer o direito de escolher produtos de outras fabricantes.
O Presidente do Sindicato dos Ambulantes de Salvador, Nilton Ávila, disse que a categoria vai se reunir, nesta quarta-feira, com a assessoria jurídica para analisar quais medidas podem ser tomadas a respeito da exclusividade e das fiscalizações feitas pelos agentes da Prefeitura.
O advogado especialista em direito do consumidor, Taciano Mattos, chegou a classificar a exigência como “crime contra a ordem econômica”.
Após o primeiro ato da categoria, a Prefeitura Municipal de Salvador informou, por meio de nota, que “as normas para exercer as atividades de comércio no Carnaval foram estabelecidas antes da festa, principalmente no que se refere à exclusividade das marcas”.
Nos três primeiros dias de carnaval, a Secretaria Municipal de Urbanismo apreendeu cerca de 120 mil latinhas de bebidas, nos circuitos da folia e fora deles. Segundo o órgão, os produtos estavam expostos em locais inadequados ou seriam revendidos a ambulantes do carnaval.