A Operação Recebedor da Polícia Federal, que é um desdobramento da Lava Jato, investiga suposto pagamento de propina na construção das ferrovias Norte-Sul e Integração Leste-Oeste e a lavagem de dinheiro a partir de suposto superfaturamento de obras públicas. Foram expedidos 44 mandados de busca e apreensão e sete de condução coercitiva, quando a pessoa é levada para prestar depoimento. A Operação foi realizada no Paraná, Maranhão, Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Goiás e no Distrito Federal.
Esta etapa foi deflagrada a partir do acordo de leniência firmado pela Camargo Correia, que é uma espécie de delação premiada para empresas. A companhia entregou provas contra outras empresas e o ex-presidente da Valec, empresa pública ferroviária, José Francisco das Neves, o Juquinha.
O procurador da república, Hélio Telho, explicou que o esquema funcionaria a partir de pagamento às empresas indicadas por Juquinha: Elccon Engenharia, Evolução Tecnologia e ao escritório Eli Dourado Advogados.
A Camargo Correia afirmou ter pago R$ 800 mil a Juquinha das Neves. E apenas em Goiás foi identificado um desvio de mais de R$ 630 milhões, considerando somente os trechos executados na construção da ferrovia Norte-Sul.
Se condenados, os envolvidos vão responder pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Em nota, a Valec respondeu que não foi notificada sobre a operação e que desconhece os fatos citados. E informou que as investigações são direcionadas a uma gestão anterior. Já a defesa de José Francisco das Neves, não foi localizada. Também tentamos contato com o escritório Eli Dourado Advogados e a empresa Evolução Tecnologia, mas ninguém atendeu às ligações. E a empresa Elccon Engenharia confirmou a busca e apreensão na sede da firma, mas disse que só vai se pronunciar se houver uma denúncia formal contra a companhia.
