logo Radioagência Nacional
Geral

PF investiga esquema criminoso que pode ter financiado campanha de Eduardo Campos

Baixar
Sumaia Villela, da Agência Brasil
21/06/2016 - 17:33
Recife

O avião usado pelo ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi o ponto de partida da investigação, que reuniu indícios de um grande esquema criminoso, que envolve 18 pessoas físicas e jurídicas, a maior parte delas empresas de pequeno porte, muitas de fachada, que movimentavam valores milionários entre si e para terceiros.

 

Os empresários acusados de serem os maiores responsáveis pela organização estão presos preventivamente. São eles Apolo Santana Vieira, Eduardo Freire Bezerra Leite e João Carlos Lyra Pessoa de Melo Filho. João Carlos já tinha afirmado, em 2014, que havia comprado o avião, mas chamou a atenção da política que nenhum valor partiu dele.

 

A Polícia Federal descobriu, com as investigações, que várias empresas atuaram na compra da aeronave em 2014, incluindo a Câmara e Vasconcelos Locação e Terraplenagem, apontada pelos delegados da operação como uma organização de fachada. De acordo com a delegada Andréa Pinho, no mesmo ano a Câmara e Vasconcelos recebeu mais de R$ 18 milhões da empreiteira OAS, com pagamento de serviços de locação e terraplenagem nas obras de Transposição do Rio São Francisco.

 

Existe também a suspeita de que a organização lavou dinheiro de recursos desviados da Petrobras. Para isso outros inquéritos da PF, inclusive o da Lava Jato, tiveram as informações cruzadas com os operadores e as empresas investigadas na operação de hoje.

 

Ao todo, são 60 mandados judiciais, cinco deles de prisão preventiva. Além dos três empresários apontados como líderes da organização, Arthur Roberto Lapa Rosal foi preso e é acusado de atuar como um testa de ferro, assim como Paulo César de Barros Morato, que está foragido, de acordo com a PF.

 

O bloqueio de contas e bens também está sendo realizado pela Polícia Federal. Até o fim da manhã, já tinham sido sequestradas três aeronaves, dois helicópteros e um avião, avaliadas em R$ 9 milhões. US$ 10 mil em dinheiro também foram apreendidos com Eduardo Freire, que viajaria para Miami e desembarcava com João Carlos Lyra em São Paulo quando foi detido.

 

* O senador Fernando Bezerra Coelho repudia a vinculação do nome dele à Operação Turbulência. Ele afirma que não foi coordenador das campanhas de Eduardo Campos, à Presidência da República, nem em 2010 nem em 2014 e, portanto, não exerceu qualquer função financeira nas campanhas de Campos.

 

Quanto à investigação que tramita no Supremo Tribunal Federal, Fernando Bezerra ratifica que sempre esteve à disposição a fornecer todas as informações que lhe foram e, porventura, venham a ser demandadas. O senador reitera, ainda, que mantém a confiança no trabalho das autoridades que conduzem o processo investigatório no STF e acredita no pleno esclarecimento dos fatos.

 

A Agência Brasil tenta contato com a defesa dos presos e das empresas citadas.

x