A Polícia Federal e o Ministério Público Federal em São Paulo realizaram, nesta segunda-feira (18), a Operação Dopamina para apurar o superfaturamento na compra de marca-passos cerebrais usados em implantes para tratar pacientes com sintomas de Mal de Parkinson, doença progressiva do movimento devido à disfunção dos neurônios secretores de dopamina, no Hospital das Clínicas em São Paulo.
De acordo com as investigações, um neurocirurgião, em conluio com o diretor do setor de neurologia, orientava pacientes a entrar com ações na Justiça para obter liminares, indicando a urgência da cirurgia para a realização do implante. Por causa da suposta urgência, o setor não fazia licitação para a compra dos materiais, que acabavam sendo adquiridos de uma mesma empresa fornecedora. 
Segundo a procuradora da República Thaméa Danelon, responsável pela operação, os marcapassos cerebrais, que custam cerca de R$ 27 mil foram adquiridos por R$ 140 mil. Estima-se que houve um prejuízo de R$ 13 milhões aos cofres públicos com a fraude, que durou seis anos, de 2009 a 2015.
Houve também buscas e apreensões de notas fiscais, prontuários e laudos dos pacientes, entre outros documentos, em 11 locais em Piracicaba, interior de São Paulo, e na capital paulista. Os mandados foram expedidos pela 9ª Vara Federal de São Paulo.
Por meio de nota, o Hospital das Clínicas informou que, desde fevereiro, vem colaborando com o Ministério Público Federal na apuração do caso, fornecendo documentos e informações solicitados.
