Há quem diga que o casamento é uma instituição falida ou ultrapassada, mas isso não tem influenciado as taxas de registro civil de matrimônio, que continuam crescendo no Brasil.
Dados divulgados nesta quinta-feira (24), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que foram mais de 1,1 milhão de uniões homologadas em 2015, quase 3% a mais do que no ano anterior.
O “sim” atraiu, especialmente, os casais homoafetivos com o crescimento de mais de 15% com relação a 2014 e de quase 52% na comparação com 2013, ano em que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) determinou que o casamento entre pessoas do mesmo sexo deveria ser feito diretamente nos cartórios. Já as uniões legais entre cônjuges de sexo diferentes aumentaram 2,7%, em 2015.
Apesar do amor estar presente para pessoas como a professora aposentada Ana Maria de Oliveira e sua esposa Cármem, que já estavam juntas há 13 anos quando se casaram, esta foi uma decisão eminentemente prática e política.
O crescimento foi verificado em 20 dos 27 estados brasileiros, tendo sido de mais de 10% no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul e de mais de 40% no Acre.
A grande maioria das pessoas que se casaram em 2015 eram solteiras, sem registro de casamento anterior. Nos relacionamentos heterossexuais, a média de idade das mulheres, no momento do casamento, foi de 27 anos e dos homens 30 anos.
Já nos casos homoafetivos, tanto homens como mulheres tinham, em média, 34 anos quando oficializaram sua união.
Carolina Cordovil Timóteo compõe, com a esposa Ana Paula, um dos mais de 5,6 mil casais que disseram "sim" no ano passado. Elas se casaram porque planejavam aumentar a família e queriam garantir que as crianças pudessem ser registradas como filhos de ambas.
Os gêmeos, nascidos logo depois da união, já estão perto de fazer um ano e, oficialmente, ainda estão ligados apenas à Carolina, apesar de uma resolução do Conselho Nacional de Justiça determinar a inclusão do nome de ambas na certidão.
Além dos casamentos continuarem crescendo, também foram registrados menos divórcios em 2015, com cerca de 257 mil processos concluídos. Com isso, a taxa brasileira caiu de 2,4 a cada mil habitantes para 2,3.
Em média, os casais se divorciaram após 15 anos de união e a maioria deles tinha filhos menores de idade.
Em quase 80% dos casos, os filhos ficaram sob responsabilidade da mãe, mas a proporção de casais que optaram pela guarda compartilhada quase dobrou, de 7,5% para quase 13%.