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Conselho Tutelar visita prédio de Brasília onde crianças foram proibidas de brincar

Polêmica
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Michelle Moreira
30/01/2017 - 09:47
Brasília

Uma polêmica envolvendo a proibição de brincadeiras debaixo do bloco H na superquadra 312 sul levou o Conselho Tutelar a fazer uma visita ao local na última sexta-feira (27).

 

O conselheiro Kleiton Guimarães diz que ao conversar com a síndica do edifício foi informado de que o regimento interno prevê algumas proibições, como andar de bicicleta e ocupar a área livre entre os pilotis. Mas que, apesar da regra, ninguém foi impedido de brincar na área. Kleiton, então, alertou à gestora que a proibição é ilegal.

 

Sonora: "A gente apresentou para ela que a convenção não pode ser maior que a lei, que é a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente, tirando do adolescente o direito de ir e vir em locais públicos. Então ela não tem como proibir essas crianças de brincar lá.”

 

A restrição no bloco da Asa Sul veio a público a partir da publicação da moradora do edifício Larissa Villela em uma rede social. No post, em um grupo fechado, ela disse que suas filhas – uma de 2 e outra de 4 anos, tinham sido proibidas de brincarem no local. Larissa diz que chegou a levantar a pauta durante uma reunião de condomínio.

 

Sonora: “E só foi me informado que as crianças realmente não podem brincar aqui embaixo e que era uma regra do condomínio. E eu disse que isso não podia, pois era um local público. E me disseram que 'se você se mudou pra cá, devia saber que tem regras e você tem que seguir as regras daqui'.”

 

História parecida viveu a jornalista Adriana Guimarães há cerca de 4 anos. Moradora da 110 Norte, ela diz que resolveu enfrentar a síndica.

 

Sonora: “Eu falei que o pilotis era uma área pública, e que as crianças iam continuar brincando lá, iam continuar fazendo piquenique embaixo do prédio e que as babás iam continuar sentando no chão a menos que ela botasse um banco lá.”

 

A síndica do prédio, Salete Gomes, mantém o discurso de que nunca proibiu as brincadeiras. Diz ainda que já teria tentado mudar o regimento, da década de 70, mas nunca conseguiu apoio dos moradores.

 

Sonora: "Eu fiz uma reunião. O outro síndico tinha feito outra. Ninguém quis trocar a convenção. E tudo isso foi colocado e ela sabia. Uma semana depois, mas, pra minha surpresa, começou a chegar repórteres aqui. Aí, a conversa saiu que eu estava proibindo. Eu não estava proibindo nada, nem cobrando nada. Eu só comunico como uma prevenção minha. Se tiver algum problema, eu digo: eu avisei.


A gestora do prédio disse que, depois de toda a polêmica, foi convocada uma reunião para esta semana com os moradores do prédio. Na pauta, a atualização do regimento interno do condomínio.

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