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Famílias resistem a desocupação de terreno em SP; polícia usa gás e prende Boulos

São Paulo
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Cátia Rodrigues
17/01/2017 - 16:24
Brasília

Cerca de setecentas famílias que viviam há um ano e meio em um terreno particular no bairro de São Mateus, na zona leste da capital paulista, foram obrigadas a deixar o local por determinação judicial nesta terça-feira.

 

Durante a reintegração de posse, alguns moradores tentaram argumentar com oficiais da Justiça explicando que o Ministério Público tinha pedido o cancelamento da desocupação. Mas eles não foram atendidos. De fato, o Ministério Público entrou mesmo com o pedido que não foi aceito pela Justiça.

 

Começou, então, um confronto com a Tropa de Choque da Polícia Militar.  Alguns moradores atearam fogo em barricadas. Por outro lado, PMs lançaram jato de água, gás lacrimogêneo e até gás de pimenta contra o grupo. Outros moradores revidaram jogando pedaços de pau contra os policiais militares.

 

Um das moradoras da comunidade, Priscila Regina dos Santos foi despejada do local junto com o marido e os dois filhos. 

 

 

Desempregada há dois meses e com quatro filhos, Alessandra Aparecida da Silva reclamou da falta de apoio do Poder Público.

 

A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Habitação confirmou que nenhum funcionário esteve no local para atender os moradores. A alegação é de que a responsabilidade pela remoção das famílias é do dono do terreno e não do poder público.     

 

O coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) Guilherme Boulos, foi preso pela Polícia Militar durante a desocupação. Ele foi acusado de desobediência civil e incitação à violência.

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