Exército desarticula garimpo em terra Yanomami; local tinha salão de beleza e mercearias
O Exército desarticulou um garimpo ilegal dentro da Terra Indígena Yanomami, no meio da Floresta Amazônica, durante Operação Curare 8.
O garimpo, denominado Mutum, fica em uma das regiões mais ermas do país. No alto Rio do Uraricoera, em Roraima, quase chegando na Venezuela.
O local é de difícil acesso, não há estrada. De acordo com o comandante da 1ª Brigada de Infantaria de Selva, general Gustavo Dutra, mais de mil pessoas estavam no garimpo, e contavam com a estrutura de uma pequena cidade, com salão de beleza e mercearias.
No local havia até uma bomba de combustível.
O Exército estima que o garimpo produzia cerca de R$ 8 milhões, por semana.
A área foi ocupada nos primeiros meses deste ano. O comandante disse que a maioria dos garimpeiros saiu do local.
Diversos equipamentos para a extração de minérios foram apreendidos. Entre eles, dezenas de motores de sucção e de jateamento, além de geradores, armas, 58 gramas de ouro e quase 9 mil litros de combustível.
Ninguém foi preso. O comandante do Exército explicou que a logística para transportar presos seria inviável e consumiria recursos e as horas de voo da operação.
“A decisão do comando da brigada foi atuar na apreensão do material que facilita o ilícito e convidar o transgressor a se retirar da área”, disse o militar.
Foi a primeira vez que forças do Estado chegaram ao local. No final de junho, os militares pousaram em cima do garimpo. Nessa quarta-feira (12), as últimas tropas retornaram para Boa Vista.
Mil e trezentos militares e agentes de órgãos como a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Ministério Público Federal (MPF) participaram da operação.
Foi durante a Curare 8 que no início do mês uma aeronave caiu matando o piloto e três servidores do Ibama. O grupo estava se deslocando exatamente para a área do garimpo.