Polícia Militar de SP afasta PMs envolvidos na morte de rapaz na Favela do Moinho
Dois policiais militares que atiraram em Leandro de Souza Santos na Favela do Moinho, região central da capital paulista, na última terça-feira, estão afastados de suas funções e foram transferidos para serviço administrativo. A informação foi confirmada pela Polícia Militar e pela Secretaria de Segurança Pública.
Os PMs, que fazem parte da Rondas Ostensivas Tobias Aguiar, estão sendo investigados pela Corregedoria, que instaurou inquérito policial-militar na última sexta-feira. Quatro testemunhas já prestaram depoimento, 3 familiares e a proprietária da casa onde o Leandro foi morto.
De acordo com o advogado Ariel de Castro Alves, coordenador da Comissão da Infância e Juventude do Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana, o Condepe, pelo depoimento das testemunhas ouvidas, existem muitos indícios de que o rapaz tenha sido torturado e executado.
A proprietária da casa foi retirada à força da casa e impedida de entrar por cerca de uma hora e tiros e gritos podem ser ouvidos em gravações feitas por celular entregues pelas testemunhas.
Alves afirmou também que a resolução da Secretaria de Segurança Pública do estado, que trata da preservação do local do crime em caso de mortes envolvendo policiais, não foi respeitada, pois apesar dos indícios de que Leandro faleceu no local, os policiais simularam um suposto socorro à vítima para alterar a cena do crime.
Além disso, mesmo após a retirada do corpo de Leandro, não houve preservação do local do crime e objetos possivelmente relacionados ficaram largados no local.
Além da apuração da corregedoria da PM, o procurador-geral de Justiça do estado, Gianpaolo Poggio Smanio, designou a promotora Soraia Bicudo, da 1ª Vara do Juri, para acompanhar as investigações e o inquérito policial. Novas testemunhas devem ser ouvidas ainda esta semana.