Crianças e adolescentes do sexo feminino são as principais vítimas de escalpelamento
Hoje, 28 de agosto, é o Dia Nacional de Combate e Prevenção ao Escalpelamento. Infelizmente, esse tipo de acidente, ainda é uma realidade para quem depende de transportes fluviais no norte do Brasil.
Uma das vítimas mais recentes de escalpelamento foi uma criança de 11 anos, que teve seu cabelo puxado pelo motor do barco que fazia o transporte escolar, como conta Rosinete Serrão, da Associação de Mulheres Ribeirinhas e Vitimas de Escalpelamento da Amazônia.
Sonora: "Ela retirou a madeira que cobria o eixo do motor para retirar essa moeda. Essa embarcação deveria estar com a cobertura de metal, kit que é doado pela marinha mas infelizmente não estava com essa cobertura. O fato dela retirar para pegar essa moeda, aconteceu o escalpelamento total, tem um mês que este escalpelamento aconteceu."
Crianças e adolescentes, do sexo feminino, entre 5 e 16 anos são as principais vítimas de escalpelamento, que além de causar deformações graves, pode levar à morte. As mulheres escalpeladas também sofrem com maior incidência de câncer de pele por serem mais expostas ao sol, pois perdem os cabelos que atuam como uma barreira natural contra os raios solares.
Desde 2009, existe uma lei que obriga a cobertura dos motores usados nos barcos dos ribeirinhos. Essa Lei é considerada responsável por reduzir a ¼ os acidentes com escalpelamentos na Amazônia. Contudo, casos como o que aconteceu com Ingride Cristina ainda são uma triste realidade.
Uma outra conquista recente das vítimas de escalpelamento é o reconhecimento delas como deficientes físicas, para que possam receber a indenização no valor de um salário mínimo que, apesar de não reparar os danos causados, facilita a vida dessas mulheres que enfrentam uma série de dificuldades depois do acidente.
Com colaboração de Mara Régia.