Dia Mundial sem Carro: faixas exclusivas para ônibus e bicicletas podem reduzir acidentes
Hoje (22) é o Dia Mundial Sem Carro. O Brasil tem mais de 51 milhões de automóveis nas ruas contra pouco mais de 600 mil ônibus.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1 milhão e 250 mil pessoas morrem em vias de tráfego por ano. A velocidade excessiva ou inapropriada é responsável por uma em cada três mortes por acidentes de trânsito em todo o mundo.
O estudo da OMS destaca ainda que de 40% a 50% dos motoristas ultrapassam os limites de velocidade impostos. E a recomendação do último relatório do organismo internacional para redução de mortes no trânsito é de que o limite de velocidade nas cidades seja de 50 km/h. Sugestão polêmica para um país cuja cultura do carro se impôs ao longo dos anos.
O Brasil é um dos países do mundo com mais mortes no trânsito. São aproximadamente 40 mil mortes por ano e os carros e motos são os veículos que mais matam nas vias e rodovias.
Pedro Guedes passou um ano em Barcelona e nesse tempo não precisou usar carro. Quando voltou ao Brasil, mesmo sem a estrutura de ciclovias das cidades europeias, preferiu a bicicleta a ter que enfrentar o trânsito do Recife.
Segundo Pedro, que além ser um cicloativista, é urbanista e especialista em planejamento urbano, Recife, onde ele mora, tem uma frota de 1 milhão de carros e apenas 3 mil ônibus.
De 2.500 Km de vias, Recife tem pouco mais de 40 km de ciclovia e a mesma quantidade de faixas exclusivas de ônibus, distribuídas de forma pouco planejada, o que não contribui para a mobilidade da cidade.
Outra cidade do nordeste que estava entre as líderes de mortes no trânsito, Fortaleza, resolveu mudar a realidade. Investiu em planejamento urbano e vem diminuindo a violência no trânsito. O engenheiro da Prefeitura de Fortaleza, Gustavo Pinheiro, fala sobre as ações que foram tomadas para mudar a realidade da cidade, priorizando os pedestres e os transportes coletivos.
Poucas cidades no Brasil estão enfrentando o problema da mobilidade urbana e investindo em planejamento que vise oferecer alternativas aos carros. Ainda segundo Pedro Guedes, a realização de estudos sobre as necessidades das cidades, que passem pelo investimento em transporte coletivo e compartilhado, e vias exclusivas para ônibus e bicicletas podem ajudar na diminuição do número de carros e, consequentemente, na redução da violência no trânsito.