Crise hídrica: Companhia de Saneamento do DF apresenta plano de racionamento de 2 dias
Nesta segunda-feira (23), a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) vai apresentar à Agência Reguladora de àgua, Energia e Saneamento Básico do DF (Adasa) um plano para ampliar o racionamento de um para dois dias.
A companhia fez o anúncio depois que foi publicada, no Diário Oficial de sexta-feira (20), a autorização da agência de águas para que o racionamento fosse ampliado. A condição é a apresentação desse plano. Também foi determinado pela Agência que os produtores que usam a irrigação dos principais afluentes do reservatório do rio Descoberto suspendam a captação de água em dias pares.
O presidente da Caesb, Maurício Luduvice, no entanto, não divulgou os detalhes do novo plano de racionamento, como a provável data da ampliação. A justificativa é que seria preciso, primeiro, que o plano fosse aprovado. Mas Luduvice avisou que é preciso se preparar para o pior.
Sonora: “A gente tá num limite e tá chegando muito próximo… o que eu posso assegurar é que a população será avisada com antecedência”
É o terceiro ano seguido de chuvas abaixo da média e a primeira vez na história que o Distrito Federal precisa fazer racionamento. A resolução publicada no Diário Oficial indica que em outubro não choveu como esperado e a temperatura recorde registrada na região aumentou a taxa de evaporação.
De olho na piora do cenário, a Adasa autorizou o uso de aproximadamente R$ 6 milhões da tarifa de contingência para adaptação do sistema, com o objetivo de captar o volume morto do reservatório do Descoberto, que abastece mais da metade do DF. O presidente Maurício Ludovice disse que as obras já podem começar.
Sonora: “A gente tá preparado... mas ela vai estar lá de reserva”.
Atualmente, o reservatório do Descoberto está com pouco mais de 10% da capacidade. O reservatório de Santa Maria, outro reservatório importante do Distrito Federal, está com 25% da capacidade. O nível mínimo a que pode chegar o Descoberto é 9%. Abaixo disso, seria preciso adotar medidas mais rígidas de restrição do consumo de água.
A Companhia de Saneamento do DF anunciou, no entanto, que foi realizada uma melhoria operacional para trabalhar com um volume mais baixo de forma segura. A empresa poderia chegar a cerca de 5,5% do nível sem um novo racionamento. Mas o presidente da Caesb ressaltou que é preciso, primeiro, que a agência de águas autorize a mudança.