Essa operação de hoje é um desdobramento da Operação Manus, que resultou na prisão do ex-ministro do Turismo Henrique Eduardo Alves, em junho. É que o grupo continuou operando mesmo depois da prisão dele, e, segundo o Ministério Público, continuou a ajudá-lo na ocultação e dissimulação de dinheiro vindo de corrupção passiva.
Os investigadores da Polícia Federal disseram que, depois que foi preso, Henrique Eduardo Alves teve sua influência reduzida no ministério, mas continuou a agir no estado.
Sonora: “Diminuiu sua participação e influência nos ministérios, que era o item principal da Operação Manus. Entretanto, identificamos, no decorrer desse lapso temporal, de junho pra cá, que ele continuava a articular localmente. Articulando no sentido de identificação, por parte de seus assessores, de empresas constituídas para participar de licitações de forma fraudulenta, para fingir receber valores pela prestação de serviços. E parte desses valores era repassada para seus assessores e, depois, para o próprio ex-deputado.”
Gravações telefônicas e diligências feitas na operação de junho mostram que houve crime de lavagem de dinheiro e organização criminosa. Há comprovação, ainda, de falsidade ideológica de documento particular e fraude à licitação.
O grupo fraudava licitações em vários municípios do Rio Grande do Norte para obter contratos públicos que chegariam a R$ 5,5 milhões. Isso para alimentar a campanha ao governo do estado, de 2014.
Os investigadores disseram que ainda não foi estabelecido o percentual de propina com base nesses valores.
Todos os presos são ligados ao ex-ministro Henrique Eduardo Alves, um deles é Norton Domingues Massera. Ele é funcionário do Ministério do Turismo. O ministério já informou que vai exonerar Norton e que as buscas e apreensões de hoje foram restritas à sala dele dentro do ministério.
* O áudio foi substituído às 14h35 para acréscimo de informações.