Desde o início do ano, em apenas uma fazenda de Talismã, no Tocantins, 87 animais do rebanho de gado morreram após serem atingidos por tempestades de raios.
Cerca de 30 animais também foram atingidos em outras fazendas do sul do estado. O coordenador da Defesa Civil em Talismã e Alvorada, João Carlos Lopes, afirma que o fato da região ser plana e alta favorece a incidência de raios.
O plantio de soja reduziu a vegetação e também aumentou a chance de acidentes.
“O que acontece: têm aquelas moitas que foram deixadas pelos produtores. Os animais escondendo da chuva vão pra dentro dessas moitas de mato que ficaram e o raio cai no ponto mais alto do local, e o ponto mais alto são essas bolas de mato que ficaram. Aí o gado [que] está lá debaixo, quando o raio cai naquela bola de mato, naturalmente o gado que está debaixo morre.”
O secretário de Agricultura de Talismã, Luiz Omar Tenório, afirma que a prefeitura tem auxiliado os produtores a enterrar os animais mortos por tempestades de raio com os devidos cuidados sanitários.
De acordo com ele, a morte de mais de 80 gados de uma mesma fazenda assustou os produtores da região.
“Um produtor perder hoje 80 bois, isso acarreta um prejuízo de R$ 140 a R$ 150 mil. Na atual circunstância é muito dinheiro para um proprietário perder. Mas são fenômenos da natureza e o que a gente pode fazer? A princípio, quase nada.”
A Defesa Civil orienta os produtores a retirar as moitas do pasto, manter o gado nas regiões mais baixas e longe da rede elétrica.
Os animas que por acaso forem atingidos e morrerem não podem ser usados para consumo humano e devem ser enterrados em valas cavadas por retroescavadeiras, distantes de áreas com lençol freático e próximo à superfície.
