Suspensa dragagem na Baía de Sepetiba devido a mortandade de botos na Costa Verde
A dragagem da mineradora Vale na Baía de Sepetiba, na Costa Verde do Rio de Janeiro foi suspensa por 15 dias. A medida atende a uma recomendação do Ministério Público Federal no Rio de Janeiro e em Angra dos Reis encaminhada ao Instituto Estadual do Ambiente que determina a suspensão imediata da licença de dragagem do fundo da Baía de Sepetiba.
No local ocorre um surto de morbilivirose, que já matou quase 200 botos-cinza nas Baías de Sepetiba e Ilha Grande. Segundo o presidente do INEA Marcus Lima, a decisão foi tomada como precaução e ainda não há nada que comprove a relação entre a dragagem e a morte dos golfinhos.
Mas o ambientalista e fundador do movimento Baía Viva Sérgio Ricardo defende que o processo de industrialização na Baía de Sepetiba ameaça não só os botos mas outras espécies como tartarugas e cavalos-marinhos além do trabalho de pescadores artesanais. Segundo ele, falta planejamento e gestão ambiental no litoral do estado do Rio.
O governo do Rio de Janeiro não esclareceu sobre o gerenciamento costeiro, que engloba ações em todo o estado. Sobre o zoneamento ecológico e econômico, que dispõe sobre todo o tipo de empreendimentos no litoral, a Secretaria de Estado do Ambiente informou por meio de nota que a previsão é que até março a minuta do decreto seja apresentada à sociedade.
A dragagem na Baía de Sepetiba foi autorizada pelo Inea em 2017 e começou a ser realizada no dia 12 de janeiro pela Companhia Portuária que opera o terminal de minério da empresa Vale.
Desde o final de novembro, um surto de um vírus tem causado a morte de dezenas de botos na Baía de Sepetiba e Ilha Grande. A tendência é que o número de animais mortos aumente nas próximas semanas, segundo Boletim Técnico emitido pelos Laboratórios de Mamíferos Aquáticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e de Patologia Comparada de Animais Selvagens da Universidade de São Paulo.