A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal aceitou, nessa terça-feira (13), denúncia do Ministério Público Federal contra o líder do governo no Senado, Romero Jucá, do MDB de Roraima. A decisão foi unânime e tornou Jucá réu pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, em um desdobramento da Operação Lava Jato.
De acordo com o ex-diretor de Relações Institucionais da Odebrecht Claudio Mello Filho, em 2014, a empreiteira doou, oficialmente, R$ 150 mil ao MDB de Roraima, que repassou o recurso no mesmo dia a Rodrigo Jucá, filho do Senador e, na época, vice na chapa que concorria ao governo do estado.
Em troca, Romero Jucá articularia, no Congresso Nacional, alterações em duas medidas provisórias que beneficiariam a construtora. O senador disse que não tem intenção de deixar a liderança do governo e está tranquilo.
Sonora: O Supremo não se manifestou sobre o mérito da matéria. Disse apenas que o processo precisava ser instruído. Portanto, estou tranquilo. Vou responder tudo. Provarei que sou inocente e que não houve nada de errado nessa doação. E, portanto, nós vamos aguardar e trabalhar com tranquilidade através dos nossos advogados."
É a primeira vez que Romero Jucá se torna réu na ação penal da Lava Jato no Supremo, aberta a partir da delação premiada dos executivos da Odebrecht. Essa é uma das 13 investigações contra Romero Jucá na Corte.
O ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, que ofereceu a denúncia ao Supremo, em agosto do ano passado, comentou a decisão pelo Twitter e avaliou o resultado como “bons ventos”.
* Colaboração de Samanta do Carmo