O pirarucu manejado rendeu quase R$ 3 milhões a pescadores do Médio Solimões em 2017. Seja no tamanho, no peso ou no rendimento, o pirarucu é um gigante em números.
No ano passado, o manejo de um dos maiores peixes de água doce do mundo gerou retorno de R$ 2,76 milhões para pescadores e pescadoras na região do Médio Solimões, no Amazonas.
Com origem na pesca sustentável, o peixe manejado teve preço médio de R$ 4,2 por quilo. As informações são do Instituto Mamirauá, responsável por assessorar 12 sistemas de manejo de pirarucu nessa parte da Amazônia.
Em 2017, o manejo do pirarucu na região foi feito por 1.590 pescadores, em 43 comunidades ribeirinhas, nas reservas de desenvolvimento sustentável Mamirauá e Amanã, além dos grupos de pescadores de colônias e sindicatos de pescadores de municípios amazonenses vizinhos das reservas de Tefé, Alvarães e Maraã.
O peixe ainda é um dos alvos preferidos da pesca predatória, o que causa declínio nas populações em rios e lagos da região, indicando um risco de extinção.
De acordo com a coordenadora do Programa de Manejo de Pesca do Instituto Mamirauá, Ana Claudia Torres, fora das áreas de manejo o comércio clandestino do pirarucu atua em grandes proporções.
“Um dos principais desafios do manejo é a concorrência desleal com o pirarucu ilegal, que é oferecido ao longo do ano inteiro justamente pela deficiência dos órgãos de fiscalização em ações práticas de monitoramento, controle e fiscalização. É um Estado ainda muito ausente nessas práticas de coibir o comércio clandestino dessa espécie”.
As secretarias de Meio Ambiente do Pará e do Amazonas não informaram as ações de fiscalização do pirarucu.
Segundo Ana Claudia Torres, o projeto de manejo do Instituto Mamirauá começou em 1999 e já rendeu mais de R$ 22 milhões.